tag:blogger.com,1999:blog-80874997116069399802024-03-08T05:56:45.650-08:00A Ribeira de Runes e Seserigo"Ribeira de Runes, pequeno riacho nas encostas de Santarém, em cujas margens cresceu Seserigo, actual Ribeira de Santarém."
Fernando Pina Phttp://www.blogger.com/profile/08209892824119444361noreply@blogger.comBlogger15125tag:blogger.com,1999:blog-8087499711606939980.post-83764183073882926952014-08-16T17:12:00.000-07:002014-08-16T18:31:48.524-07:00SANTARÉM, AS BARREIRAS E A CANALHICE QUE VIVE DE TUDO ISTOQuando os árabes chegaram à Península Ibérica, cedo se encantaram com a semelhança entre Santarém, o rio Tejo e o seu país.<br />
As inundações cíclicas do Tejo, a riqueza das terras banhadas pelo rio e a fartura de água por toda esta região fizeram de Santarém, possivelmente, a Capital de um Reino Muçulmano.<br />
Outros povos que por aqui passaram já tinham deixado as suas marcas com especial destaque para os romanos, mas foram os árabes que durante mais de quatrocentos anos não só manteriam o que já estava construído como aperfeiçoaram e desenvolverem.<br />
<br />
De facto, a velha Scállabis romana foi ocupada pelos muçulmanos no ano 714 e passou a chamar-se Shantarin. Pelos seus conhecimentos de hidráulica, os árabes introduziram várias melhorias na agricultura praticada na região, algumas das quais ainda permanecem: valas de drenagem, diques e técnicas de cultivo, que foram importantes para o aproveitamento das potencialidades agrícolas das margens do Tejo. A palavra Lezíria, por exemplo, é de origem árabe, assim como outros termos ainda utilizados que identificam nascentes e poços (assacaias), pequenas cheias (alvercas ou azielas) ou tapadas e diques (amotas). Uma moeda sugere a função de Capital de um reino árabe. Várias obras desenvolvidas na Ribeira de Santarém e no centro da cidade puseram a descoberto, nos últimos anos, um conjunto significativo de vestígios da presença muçulmana. Entre eles destaca-se um raríssimo 'Dinar' (moeda) de ouro descoberto no subsolo da Ribeira, cunhado em nome de um Emir quase desconhecido, Hacic-Jalib Muwafac. Esta descoberta veio lançar a dúvida, uma vez que os dados existentes referiam que Shantarin era uma cidade importante subordinada ao governo do emirado de Córdova (Espanha). O aparecimento desta nova moeda, com o nome de um Emir mais ou menos desconhecido, levanta especialmente a possibilidade de a cidade ter sido sede de um Reino Taifa.<br />
É que este Emir não é referido na história do emirado de Córdova e era praticamente desconhecido, até agora. Subsiste, por isso, a possibilidade de ter governado Santarém e toda a região envolvente. O que podemos dizer é que a vocação agrícola de Santarém foi inventada pelos árabes, que construíram as obras de hidráulica, em que eles eram mestres e secaram os campos adjacentes à cidade, na maioria pântanos, através de diques e valas. Tudo isso permanece na toponímia da região, com expressões como valadas ou mouchões.<br />
Esses árabes ao se aperceberem de que a linda Scállabis estava assente sobre uma mistura de argila e areia abundantemente enriquecida de água, de imediato decidiram de que haveriam de protegê-la. Iniciaram assim um conjunto de obras hidráulicas que visavam a drenagem das suas barreiras para que a sua sustentabilidade não corresse riscos, já que os romanos tinha apenas se preocupado com as estradas e as pontes sendo que algumas nascentes foram aproveitadas por estes para locais termais como foi o caso da chamada Mina do Pastor.<br />
<br />
Quem como eu, conhece um pouco daquelas barreiras, sabe da quantidade enorme de túneis de drenagem existentes desde o vale que dá acesso a Alfange até ao planalto de S. Bento. Os árabes sabiam o que estava em causa e mantiveram sempre uma vigília constante nas suas obras hidráulicas. Vigília que se foi transmitindo através dos tempos até cerca de quarenta anos atrás. Depois surgiram os inteligentes especializados em gabinetes e o resultado está à vista. Recordo-me de na minha infância, quando tudo de moderno nos faltava, de passarmos o tempo em aventuras (e que aventuras) por aquelas barreiras e explorarmos todas aquelas 'minas' assim lhes chamavam os mais velhos àqueles túneis de drenagem.<br />
Não sei por ordem de quem, mas sei que a maioria daqueles túneis foram encerrados a tijolo e os mais importantes levaram portas de ferro com cadeados para que fosse possível a sua manutenção temporária.<br />
Alguns desses túneis alimentavam e alimentam chafarizes que ainda se podem ver na estrada Santarém-Almeirim. Todos os anos lá iam os velhos funcionários da JAE limpar as minas para que aos viajantes nunca lhes faltasse água e aos animais. As terras drenavam e aos sedentos se lhes matava a sede. Uma das minas que mais água tinha ficava junto da Porta de Santiago.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-ZWQBNnYJitI/U-_QqttqIGI/AAAAAAAAAWQ/sQGOjwT4P_k/s1600/282282_3345457375200_1180933303_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-ZWQBNnYJitI/U-_QqttqIGI/AAAAAAAAAWQ/sQGOjwT4P_k/s1600/282282_3345457375200_1180933303_n.jpg" height="240" width="320" /></a></div>
<span style="background-color: white;"><span style="color: #222222; font-family: Georgia, serif;"><span style="line-height: 24px;"><br /></span></span></span>
<span style="background-color: white;"><span style="color: #222222; font-family: Georgia, serif;"><span style="line-height: 24px;"><br /></span></span></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-TTu5MvGCiBQ/U-_Q5Dpl0yI/AAAAAAAAAWY/YEfqRSuJdkw/s1600/044.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-TTu5MvGCiBQ/U-_Q5Dpl0yI/AAAAAAAAAWY/YEfqRSuJdkw/s1600/044.JPG" height="400" width="266" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
Há cerca de quarenta anos um casal de idosos ainda mantinha no local um pequeno terreno de cultivo com um tanque de cerca de quatro metros quadrados que lhes abastecia de água fresca e cristalina todo o ano. Era o idoso que todos os anos limpava a mina que abastecia a sua horta. Tudo acabou. Os srs. faleceram os mais novos foram para outras andanças e cerca de vinte anos depois, num inverno mais rigoroso toda aquela zona avançou dezenas de metros subterrando a estrada, obrigando a um novo traçado da mesma e colocando em risco as casas no topo da barreira.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Passando por esta porta e descendo o caminho medieval em direcção à Ribeira de Santarém logo após terminar o muro de sustentação que vemos nesta imagem (à esquerda do ciclista), a cerca de uma centena de metros temos ainda os vestígios de um chafariz de origem medieval que era alimentado por um outro túnel que fica cerca de trinta metros acima. Com a falta de limpeza desse túnel de drenagem o chafariz há muito que secou e a água está indo para outro lado. Os terrenos ali já desmoronaram um pouco, veremos o que o futuro trará.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-uzLYFTtPpXw/U-_VTNif45I/AAAAAAAAAWk/6uosd1U2SRg/s1600/46692138214848160714688.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-uzLYFTtPpXw/U-_VTNif45I/AAAAAAAAAWk/6uosd1U2SRg/s1600/46692138214848160714688.jpg" height="300" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Quem desce a estrada de Santarém para Almeirim mas decide mais ou menos a meio mudar a direcção à esquerda e entrar para a Calçada da Atamarma junto ao Bom Jesus das Almas, antes de o fazer vai encontrar à direita umas ruínas de uma igreja.Igreja de Santiago que foi uma freguesia em tempos idos e mais recentemente armazém de ferro-velho. Por detrás dessas ruínas existiam dois túneis de drenagem, um que abastecia a igreja de água e outro mais acima que os residentes utilizavam para rega.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Foi aqui que as terras desmoronaram, em pleno verão. Até estou convencido de que a Igreja ainda contribuiu para que a coisa não fosse pior ao deter o avanço das terras. Manutenção dos túneis de drenagem? Nada. Até penso de que os idiotas que ocupam o burgo camarário tenham desconhecimento da existência desses túneis. No tempo da J.A.E. Junta Autónoma das Estradas, no tempo da outra senhora, havia uma equipa de trabalho que se ocupava da limpeza e manutenção dos túneis que rodeiam a cidade. A excepção eram as ditas barreiras das Portas do Sol cuja frente está virada para o rio. Aqui a responsabilidade estava (não sei se ainda se mantém) a cargo da C.P.- Caminhos de Ferro de Portugal. Ora as coisas entretanto mudaram, a J.A.E. foi substituída pela Estradas de Portugal e a C.P. está fragmentada até ao tutano. Como o dinheiro é pouco para os canalhas que se alimentam em ambas as organizações resta aos indígenas esperar que as barreiras não lhes caiam em cima no momento que possam por ali passar. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-ENkr5V1sBO4/U-_wBrqqmAI/AAAAAAAAAW0/er2bpaKrh1U/s1600/1073964_354222731346955_1926252550_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-ENkr5V1sBO4/U-_wBrqqmAI/AAAAAAAAAW0/er2bpaKrh1U/s1600/1073964_354222731346955_1926252550_o.jpg" height="393" width="640" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Bonita a paisagem aqui de cima, a Igreja de Alcáçova e sua envolvente. Ao centro da foto em baixo onde duas árvores se destacam pela sua grandeza está o tal chafariz onde já não corre água há muitos anos. "Água mole em pedra dura, tanto dá até que fura", lá diz o velho provérbio. Para que um dia não corra sangue é urgente saber para onde vai a água que percorre as entranhas de Santarém, parece que o projecto para sustentar todas as barreiras custa dezoito milhões de euros, sem derrapagem, se Santarém tivesse gente que a pensasse poderiam, deveriam de começar já. Uma equipe de dois homens seria o suficiente para iniciarem JÁ, a limpeza dos túneis de drenagem que os árabes construíram, depois viriam as grandes obras, ou estão à espera de que um dia a estrada que vai do defunto Rosa Damasceno às Portas do sol se corte em duas e arraste até à morte quem lá vive?</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Fontes de pesquisa: Jornal Público e Google</div>
Fernando Pina Phttp://www.blogger.com/profile/08209892824119444361noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8087499711606939980.post-80152339543260251502012-04-26T22:46:00.000-07:002014-04-08T14:24:41.362-07:00O Enterro do Bacalhau e o Exército da Vassoura IQuem conhece um pouco da história universal, sabe que há lugares que por uma qualquer razão sempre despertaram a cobiça e a inveja de outros povos, sendo que às vezes essa cobiça, inveja ou outro sentimento qualquer negativo , muitas das vezes nasce no próprio seio desses lugares.<br />
<br />
Não sei se a Ribeira de Santarém é um desses lugares, mas coisas sem aparentemente qualquer explicação lógica tem acontecido em relação à terra que me viu nascer e para que a memória perdure decidi publicá-lo.<br />
Os que partilharam a infância comigo sabem que nunca tive habilidade para jogar à bola, preferia o Hóquei em Patins e o Atletismo, em especial a Corrida, mas como naqueles tempos a Ribeira não tinha um local para poder praticar tais desportos as consequências se reflectiram no calçado utilizado.<br />
Na maioria das vezes em que os putos se entretinham com a dita 'bola' eu passava o meu tempo nas margens do rio Tejo, nas Valas, nas barreiras, enfim sonhando aventuras que tinha acabado de ler num qualquer livro que levantava na Biblioteca Itinerante da Gulbenkian.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-BRKdcAXhcFU/U0HuSHAuszI/AAAAAAAAAS0/SU1WaK4QJA8/s1600/carrinha+FCG.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-BRKdcAXhcFU/U0HuSHAuszI/AAAAAAAAAS0/SU1WaK4QJA8/s1600/carrinha+FCG.jpg" height="189" width="320" /></a></div>
<br />
Aos poucos fui 'escutando' o meio envolvente e mais tarde deliciava-me a escutar os mais 'velhos' da terra. Foram horas e dias em que fui acumulando as histórias que me contavam, muitas das vezes envolvidas em amplos debates entre os 'historiadores' que divergiam entre si neste ou naquele pormenor.<br />
<br />
Quero destacar entre esses 'oradores/historiadores' os nomes de João de Barros Ferreira Nunes, o 'João Batatinha'(aquele que mais histórias me contou); o 'Manel Barbeiro'; o Sr. Neves; o Carlos Tondela; o Manuel 'Velhadas'; o Ti Patrício; o sr. João (Guarda Nocturno) e tantos outros, que com nostalgia contaram as suas infâncias e que guardei o melhor que pude.<br />
<br />
Jamais esquecerei as incontáveis noites passadas ora no Sporting Clube Ribeirense ora no Teatro Clube Ribeirense, muitas das vezes à volta de uma mesa de 'pano verde' onde quase sempre a Ribeira, as suas gentes e os seus costumes, eram o tema principal.<br />
<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-swVQe2COGm0/U0Hw6o6VhRI/AAAAAAAAATA/-LoEW0Db75M/s1600/26674_115652731814006_6755356_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-swVQe2COGm0/U0Hw6o6VhRI/AAAAAAAAATA/-LoEW0Db75M/s1600/26674_115652731814006_6755356_n.jpg" height="640" width="464" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nesta foto tirada durante um cortejo das Festas Da Ribeira, no edifício ao fundo mesmo por detrás do 'Zé da Bola', destacam-se dois personagens (um com o dedo na boca, eu, ao lado de camisa branca o Celestino Cunha, o homem do som nas festas) estamos numa das janelas do Sporting Club Ribeirense onde era montado um estúdio de som para apoio dos cortejos e das picarias.</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-DEOnL1GBfyk/U0H0UV4bKSI/AAAAAAAAATM/RAjupp95MSY/s1600/42298749.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-DEOnL1GBfyk/U0H0UV4bKSI/AAAAAAAAATM/RAjupp95MSY/s1600/42298749.jpg" height="300" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Aqui o Teatro Clube Ribeirense, edifício Centenário, a primeira Colectividade de todo o Concelho de Santarém. Consultando os seus arquivos verificarão que esta colectividade nasceu sobre uma outra instituição, o Instituto de Socorro a Náufragos (ainda existe desse tempo, um estandarte ou bandeira). Local de encontro entre ribeiristas e Alexandre Herculano. Aqui na Ribeira de Santarém vivia um comerciante, grande amigo de Herculano, amigo esse que sempre que o escritor se deslocava a Lisboa e por lá se demorava uns dias, tomava conta da Quinta de Vale de Lobos, propriedade de Herculano. Este edifício recebia assim por muitas vezes a visita de Alexandre Herculano que escreveu um dia: "Ribeira de Santarém é Movimento, é Vida. Santarém é estagnação, é morte." Ora como podem imaginar, isto não agradou quer ao Clero quer à Nobreza de Santarém. </td></tr>
</tbody></table>
Tive o privilégio de partilhar amizade com um dos maiores investigadores e divulgadores da obra de Alexandre Herculano, o Professor e
Historiador Cândido Beirante. Foram muitas as horas e os dias à
conversa com o Professor e falávamos muito sobre a História de Portugal e
em especial a história da Ribeira de Santarém e Santarém. Contava-me o Professor das barbaridades cometidas contra o património de Santarém e em especial contra o património da Ribeira. Foram muitas as conversas e as investigações para tentar-mos saber onde ficava a loja desse amigo de Herculano que entre outras coisas vendia alguns produtos que o escritor produzia na sua quinta. Nunca conseguimos desvendar esse mistério.<br />
<br />
Contava-me o Professor de um dos muitos ataques perpetrados contra o nosso património. Todos os que conhecem um pouco da Ribeira de Santarém sabem onde fica a 'Casa da Dédé', esta:<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-OcrrH79ncoE/U0IGMI31rbI/AAAAAAAAATw/QUCK26uDMk8/s1600/332074.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-OcrrH79ncoE/U0IGMI31rbI/AAAAAAAAATw/QUCK26uDMk8/s1600/332074.jpeg" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-JstExmdSWu0/U0IF850O0PI/AAAAAAAAATo/717eV2CK1XU/s1600/332073.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-JstExmdSWu0/U0IF850O0PI/AAAAAAAAATo/717eV2CK1XU/s1600/332073.jpeg" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-uH4cZQg1MPo/U0IFyXFLJ4I/AAAAAAAAATc/-styfS0eu-Q/s1600/332072.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-uH4cZQg1MPo/U0IFyXFLJ4I/AAAAAAAAATc/-styfS0eu-Q/s1600/332072.jpeg" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
Trata-se da Ermida de Nossa Senhora das Neves, erigida sobre uma outra capela a de Santa Iria (a velha). Entre esta Ermida e as primeiras casas à sua direita, agora um espaço vazio, quase em frente à casa do Fernando Sá (Grande Amigo) existia um edifício que, imaginem, foi demolido pelos autarcas de Santarém. Nesse edifício, em tempos pertença de nobres ribeirenses ligados ao Clero, existia uma pequena capelinha onde se destacava um pequeno oratório embutido na parede onde se podia ver uma pequena escultura de Santa Iria, vinda da Ermida da Senhora das Neves ao lado. Esse oratório ou pequeno altar estava por cima de um painel de azulejos seiscentista de um valor incalculável. Do lado direito num acesso a um pátio interior um pequeno poço cujas pedras superiores tinham vindo de uma pequena torre da capela de Santa Iria (a velha) depois Ermida da Senhora das Neves. Essas pedras já de si tinham vindo de uma importante Vila Romana existente entre a Ribeira e Vale de Figueira. No piso desse edifício eram visíveis algumas sepulturas medievais de valor histórico. Quando um dia o Professor Cândido Beirante se deslocou à Ribeira com uma turma sua de estudantes para lhes mostrar toda a história daquela zona e o seu património, reparou que o tal edifício tinha 'desaparecido'. Ao princípio ainda pensou que estava enganado, mas não, conversando com algumas pessoas foi-lhe dito que a Câmara Municipal de Santarém tinha mandado demolir a casa porque ameaçava ruína. Informado depois onde as máquinas tinham despejado o entulho dirigindo-se de imediato para lá com seus alunos foi durante uns dias vasculhando todo o amontoado de História que um Inteligente Camarário tinha com sua 'sensibilidade' para ali despejado. Ainda recuperou alguns azulejos e algumas pedras cheias de História (para os tais senhores da Câmara, calhaus) levou-as para um sótão a 'rebentar' pois também lá tinha partes de umas colunas que recuperou da tal Vila Romana entre a Ribeira e Vale de Figueira. É assim que os autarcas tratam a nossa História de tão cultos que são.</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-e-iph6LllMA/U0IZbRgqY7I/AAAAAAAAAUA/AP9W8kv6aeg/s1600/Ermida+de+Nossa+Senhora+das+Neves+-+Ribeira+de+Santar%25C3%25A9m.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-e-iph6LllMA/U0IZbRgqY7I/AAAAAAAAAUA/AP9W8kv6aeg/s1600/Ermida+de+Nossa+Senhora+das+Neves+-+Ribeira+de+Santar%25C3%25A9m.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span class="irc_su" dir="ltr" style="text-align: left;">Ermida de Nossa Senhora das Neves - Ribeira de Santarém </span></td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
Nada me admira nas atitudes da maioria dos Autarcas que por Santarém tem passado, sei que haverá excepções, poucas, mas também temos a nossa 'cota' parte de responsabilidade pois escolhemos partidos e não pessoas, dá, no que tem dado. Mas se dos autarcas não se esperava esta falta de sensibilidade para a nossa história, destes senhores a coisa fica mais impressionante:</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
- Instituto de Cestão do Património Arquitectónico e Arqueológico</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Ao clicarem neste nome <a href="http://www.igespar.pt/pt/patrimonio/pesquisa/geral/patrimonioimovel/detail/72935/" target="_blank">"Igreja de Santa Iria"</a>, serão direccionados para uma página deste instituto onde se dá a informação da Igreja Paroquial de Santa Iria. É surrealista, estes senhores 'cuidam' do nosso património. Dão a informação da Igreja, por 'acaso' encerrada, mas as imagens que aparecem são da Ermida de Nossa Senhora das Neves. Claro que se eu os contacta-se para lhes dar conta do erro, surgiria a informação de 'erro informático', recuso-me a perder tempo com estes senhores pagos por todos nós e que trabalham assim. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
Fernando Pina Phttp://www.blogger.com/profile/08209892824119444361noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8087499711606939980.post-86825916198743623642012-04-25T22:33:00.000-07:002014-03-28T22:39:21.488-07:00Quando Até A Alma Doi Em Março de 2012, poucos dias antes de partir para o México, decidi mostrar ao meu filho, então com doze anos, a Igreja de Santa Iria. Local da minha infância, igreja onde fui baptizado e ponto de encontro de uma juventude que esperava ansiosamente pelas datas das efemérides, como o Natal, onde em grupos nos deslocávamos às barreiras das Portas do Sol e Buraco de Salinas para recolhermos o musgo , elemento primordial com que 'confeccionávamos' o célebre presépio da Ribeira.<br />
Depois de perguntar como poderia visitar a Igreja (encerrada há treze anos) foi-me informado que a porta estava aberta, facto que estranhei mas não hesitei, avancei com o meu filhote.<br />
Já há muito que eu sabia que a igreja estava encerrada para 'obras' mas o que encontrei foi uma igreja abandonada, completamente esquecida.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-2X7CPQJS9oU/UzYPTemGO0I/AAAAAAAAAQA/u7KCAd5PWjw/s1600/-3311048656998594299_1024_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-2X7CPQJS9oU/UzYPTemGO0I/AAAAAAAAAQA/u7KCAd5PWjw/s1600/-3311048656998594299_1024_n.jpg" height="400" width="300" /></a></div>
<br />
<br />
Esta a porta por onde entramos, pequeno quintal à direita da igreja junto de um edifício onde em tempos funcionou uma oficina auto. Por aqui já dá para entender o que esperávamos.<br />
<br />
Antes de prosseguir um comentário à parte:<br />
- Qualquer culto inclusive o católico necessita de três partes para sobreviver. A saber, os fiéis, os que acreditam e vivem nessa fé e fazem o culto mais ou menos maior de acordo com a sua quantidade e qualidade. São na sua maioria gente simples e que dão o que muitas vezes não deveriam para manter a sua fé, é a Plebe.<br />
- Depois vem aqueles que tem de manter as aparências porque a sociedade assim o exige uns com fé, outros nem por isso, vão à missa exibindo o seu melhor fato e as suas melhores jóias e dão pouco, muito pouco, porque os tempos estão difíceis e as jóias estão caras, é a Nobreza.<br />
- Depois vem aqueles que vivem dos dois, são aqueles que bem falantes em geral, vão pregando a palavra do Senhor e convencendo os demais que há um lugar no céu esperando-os, é o Clero.<br />
<br />
O que se tem verificado na Ribeira de Santarém nos últimos anos é que sendo uma terra pequena e sem perspectivas de crescimento foi perdendo a sua massa vital, as Gentes. A Plebe sem grandes expectativas, tenta sobreviver o melhor que pode procurando outras margens, a Nobreza sem as condições que o Estado Novo lhes proporcionava viu-se na obrigação de pagar aos 'criados' as férias, os décimos terceiros meses e demais direitos conquistados, logo enfraquecendo o orçamento já de si débil e o Clero como não consegue viver de milagres foi encerrando edifícios de culto um pouco por todos os lados. O Neo-Liberalismo não se apoderou só do País está também nas entranhas da Igreja neste caso da Católica.<br />
<br />
Embora eu creia (e trata-se apenas de uma opinião pessoal, nada de juízos de valor) que no caso da Ribeira de Santarém algo mais está para contar. Porque se foi encerrada porque uma parede ameaçava ruína, ao fim de todos estes anos sem o mínimo de manutenção, não só não caiu a tal parede como o que agora parece querer cair é todo o edifício, dizia eu, algo parece escapar ao comum dos mortais.<br />
Senão vejamos, para além de todas as obras de arte que faziam o espólio da igreja e não eram assim tão poucas, de toda a memória daquelas pedras e daqueles azulejos, temos uma escultura que se destaca das demais, a Escultura de Cristo do Mont'Iraz.<br />
Trata-se de uma escultura de valor incalculável, uns dizendo ser do séc. XII outros do séc XIII, outros ainda colocando a sua origem bem mais atrás no tempo. Se bem que nunca seja referido o seu autor, há quem aponte para um traço de origem italiana.<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-kFgsJbEqv7c/UzZM9PUl6WI/AAAAAAAAAQQ/enGZRUbc9Kc/s1600/crucifixo_2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-kFgsJbEqv7c/UzZM9PUl6WI/AAAAAAAAAQQ/enGZRUbc9Kc/s1600/crucifixo_2.jpg" height="400" width="300" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Cristo de Mont'Iráz Autor desconhecido, escola portuguesa, Século XIV (meados) Escultura em madeira policromada. Ribeira de Santarém, Igreja Paroquial de Santa Iria.</td></tr>
</tbody></table>
<br />
Esta foto e esta legenda vem publicadas na obra Las Edades Del Hombre, 2006 Catedral de Ciudad Rodrigo, pág, 310.<br />
Para os mais atentos, sabe-se que esta não é a escultura que existia na Ribeira mas esta:<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-yxw-TBJuzcM/UzZPV2noEoI/AAAAAAAAAQc/nnLe-ArlBvY/s1600/cristo+monte+iraz.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-yxw-TBJuzcM/UzZPV2noEoI/AAAAAAAAAQc/nnLe-ArlBvY/s1600/cristo+monte+iraz.jpg" height="400" width="295" /></a></div>
<br />
Aqui uma foto de Otília Frade Pires que retirei no Facebook, porque inexplicavelmente as fotos que eu possuía nos meus blogues foram todas apagadas.<br />
Mesmo para os mais leigos nota-se que existe uma profunda diferença. Mas atenção, se a foto a que os espanhóis fazem referência não for uma réplica de imitação pode muito bem tratar-se de uma escultura do mesmo criador.<br />
<br />
Quando me for possível reunir mais material de pesquisa, voltarei ao assunto. Vamos então entrar na Igreja de Santa Iria, eu e o meu 'filhote'.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-dSz9mTiSXAY/UzZRxkQ6tCI/AAAAAAAAAQo/UQWVCBC7NhA/s1600/Igreja_de_Santa_Iria_Santar%C3%A9m_001.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-dSz9mTiSXAY/UzZRxkQ6tCI/AAAAAAAAAQo/UQWVCBC7NhA/s1600/Igreja_de_Santa_Iria_Santar%C3%A9m_001.jpg" height="400" width="267" /></a><a href="http://4.bp.blogspot.com/-p7hcDXnH-YY/UzZSRPVM10I/AAAAAAAAAQ0/W6W1jHJlHxg/s1600/IMG_5550.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-p7hcDXnH-YY/UzZSRPVM10I/AAAAAAAAAQ0/W6W1jHJlHxg/s1600/IMG_5550.jpg" height="320" width="214" /></a></div>
<br />
Quem a vê por fora não diz o que lá vai dentro.<br />
<br />
<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-IEYfu20R0kc/UzZTf_qsluI/AAAAAAAAAQ8/JrY_P4SahT8/s1600/-4030861963143843195_1024_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-IEYfu20R0kc/UzZTf_qsluI/AAAAAAAAAQ8/JrY_P4SahT8/s1600/-4030861963143843195_1024_n.jpg" height="400" width="300" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O altar onde era suposto estar a figura de Cristo de Monte'Iráz</td><td class="tr-caption" style="text-align: center;"></td><td class="tr-caption" style="text-align: center;"></td><td class="tr-caption" style="text-align: center;"></td><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><br /></td></tr>
</tbody></table>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-nxENzhFqVvk/UzZT6UQOd_I/AAAAAAAAARE/NNw9KhhipLA/s1600/-3846867225776690551_1024_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-nxENzhFqVvk/UzZT6UQOd_I/AAAAAAAAARE/NNw9KhhipLA/s1600/-3846867225776690551_1024_n.jpg" height="300" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A incúria e a falta de responsabilidade de quem manda nisto </td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-eA8gK04biiU/UzZUQRo1v8I/AAAAAAAAARM/3gua8sUgRI0/s1600/-2461149952473451430_1024_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-eA8gK04biiU/UzZUQRo1v8I/AAAAAAAAARM/3gua8sUgRI0/s1600/-2461149952473451430_1024_n.jpg" height="300" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A porta que se vê nesta foto dá acesso à Torre onde para lá dos sinos está ou estaria um relógio que fazia soar os mesmos sinos a todas as horas e meias horas. A meio da Torre, numa porta à direita de quem sobe tínhamos acesso a um patamar (?) que há muito fazia de armazém onde era suposto estar entre outras 'coisas', a figura do Senhor dos Passos (desconheço o autor) e um órgão. À direita da foto a entrada para a Pia Baptismal.</td><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><br /></td><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><br /></td><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><br /></td></tr>
</tbody></table>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-VA5Fl7Fa50Y/UzZW8irg-II/AAAAAAAAARg/NtAuQx2SKm0/s1600/-7897556816641906930_1024_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-VA5Fl7Fa50Y/UzZW8irg-II/AAAAAAAAARg/NtAuQx2SKm0/s1600/-7897556816641906930_1024_n.jpg" height="300" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Embora a foto não esteja muito católica é a Pia Baptismal</td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-pmmwDywXZFA/UzZWxcgKjNI/AAAAAAAAARc/FHSqGIU57bQ/s1600/-285778212046707182_1024_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-pmmwDywXZFA/UzZWxcgKjNI/AAAAAAAAARc/FHSqGIU57bQ/s1600/-285778212046707182_1024_n.jpg" height="640" width="480" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Outra perspectiva triste da Igreja Paroquial de Santa Iria</td><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><br /></td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-6fTW_rZpsGo/UzZX-KJ4aPI/AAAAAAAAARw/OzX11hPN22A/s1600/2757076253634499277_1024_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"> <img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-6fTW_rZpsGo/UzZX-KJ4aPI/AAAAAAAAARw/OzX11hPN22A/s1600/2757076253634499277_1024_n.jpg" height="320" width="240" /></a><a href="http://1.bp.blogspot.com/-hoiP06g4N7k/UzZXxt3vAlI/AAAAAAAAARo/-C8SVxrPbng/s1600/1213300805736111702_1024_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-hoiP06g4N7k/UzZXxt3vAlI/AAAAAAAAARo/-C8SVxrPbng/s1600/1213300805736111702_1024_n.jpg" height="320" width="240" /></a></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-X9OlY4rX93M/UzZYZZoThvI/AAAAAAAAAR4/nhKIBZtdgIo/s1600/5321710817157081571_1024_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-X9OlY4rX93M/UzZYZZoThvI/AAAAAAAAAR4/nhKIBZtdgIo/s1600/5321710817157081571_1024_n.jpg" height="400" width="300" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Tal como o país, assim está a igreja, escorada.</td></tr>
</tbody></table>
<span id="goog_208171921"></span><span id="goog_208171922"></span><br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-VfRv_Zy0AnY/UzZYuV1FfFI/AAAAAAAAASA/XGzZQ8HJwmk/s1600/2828138179304193701_1024_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-VfRv_Zy0AnY/UzZYuV1FfFI/AAAAAAAAASA/XGzZQ8HJwmk/s1600/2828138179304193701_1024_n.jpg" height="300" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><br /></td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-AJ9djG1cWuw/UzZY2fKz4UI/AAAAAAAAASI/GGspTdfqEPQ/s1600/5471173984360744976_1024_n.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-AJ9djG1cWuw/UzZY2fKz4UI/AAAAAAAAASI/GGspTdfqEPQ/s1600/5471173984360744976_1024_n.JPG" height="300" width="400" /></a></div>
<span id="goog_208171921"></span><span id="goog_208171922"></span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-3vyp9d5aojs/UzZZOIqKt-I/AAAAAAAAASY/RxPrrXjPm8g/s1600/2909606805950272928_1024_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-3vyp9d5aojs/UzZZOIqKt-I/AAAAAAAAASY/RxPrrXjPm8g/s1600/2909606805950272928_1024_n.jpg" height="300" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alguns dos painéis de azulejos, verdadeiras obras de arte ao abandono.</td></tr>
</tbody></table>
<span id="goog_208171921"></span><span id="goog_208171922"></span><br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-g-AGFNjQLs0/UzZZgFYYnbI/AAAAAAAAASg/igKKuFmvsb4/s1600/-908094150014560662_1024_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-g-AGFNjQLs0/UzZZgFYYnbI/AAAAAAAAASg/igKKuFmvsb4/s1600/-908094150014560662_1024_n.jpg" height="400" width="300" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O meu filho, para que não restem dúvidas da minha intenção primária. Uma sociedade que trata assim o seu património só se define como ela é. Uma sociedade pobre de valores e sem respeito pela sua história.</td></tr>
</tbody></table>
<span id="goog_208171921"></span><span id="goog_208171922"></span>Eu não esperava encontrar o que encontrei dentro da Igreja de Santa Iria, por isso as fotos foram tiradas com um telemóvel daí a qualidade que deixa muito a desejar. Mas percebe-se a incompetência e o ponto a que chegou o nosso país. Fernando Pina Phttp://www.blogger.com/profile/08209892824119444361noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8087499711606939980.post-84628097967918509622011-03-09T11:29:00.000-08:002014-03-22T11:47:07.403-07:00No Tempo em que o Tejo era a Grande Estrada e pela Ribeira tudo passava.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-OuBTLGxoyZs/Uy3WP7psNfI/AAAAAAAAAPs/X7nnRXYfVic/s1600/PADRAO+DE+ST+IRIA+SANTAREM_INTRODU%C3%87%C3%83O.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-OuBTLGxoyZs/Uy3WP7psNfI/AAAAAAAAAPs/X7nnRXYfVic/s1600/PADRAO+DE+ST+IRIA+SANTAREM_INTRODU%C3%87%C3%83O.jpg" height="280" width="640" /></a></div>
<br />Fernando Pina Phttp://www.blogger.com/profile/08209892824119444361noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8087499711606939980.post-56958755616713792842011-03-09T11:23:00.000-08:002014-03-22T11:46:40.320-07:00Viagem Pela Ribeira de Santarém A Música que escolhi para este meu vídeo só poderia ser 'Celtibera' de
Júlio Pereira do seu álbum 'Os Sete Instrumentos" de 1986.<br />
As fotos
foram recolhidas por aí na Internet e de certa forma perpetuam a História da Ribeira de Santarém.<br />
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="344" src="//www.youtube.com/embed/BwkKBIW_Csg" width="459"></iframe>Fernando Pina Phttp://www.blogger.com/profile/08209892824119444361noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8087499711606939980.post-33609617622219520932011-03-08T02:32:00.000-08:002014-03-22T02:45:30.802-07:00Meu Coração é Árabe<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-81QBuGb2YEo/Uy1YfIWRlwI/AAAAAAAAAPc/GKFQFk4baD0/s1600/Laranjeira.JPG" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-81QBuGb2YEo/Uy1YfIWRlwI/AAAAAAAAAPc/GKFQFk4baD0/s1600/Laranjeira.JPG" height="300" width="400" /></a></div>
São as laranjas brasas que mostram sobre os ramos<br />
as suas cores vivas<br />
ou rostos que assomam<br />
entre as verdes cortinas dos palaquins?<br />
<br />
São os ramos que se balouçam ou formas delicadas<br />
por cujo amor sofro o que sofro?<br />
<br />
Vejo a laranjeira que nos mostra os seus frutos:<br />
parecem lágrimas coloridas de vermelho<br />
pelos tormentos do amor.<br />
<br />
Estão congeladas mas se fundissem seriam vinho.<br />
Mãos mágicas moldaram a terra para as formar. <br />
<br />
São como bolas de cornalina em ramos de topázio <br />
e na mão do zéfiro há martelos para as golpear.<br />
<br />
Umas vezes beijamos os frutos<br />
outras cheiramos o seu olor<br />
e assim são alternadamente<br />
rosto de donzelas ou pomos de perfume.<br />
<br />
Ibn Sâra - Poeta árabe nascido em Santarém,<b>al-Ândalus</b>. séc. XI (1043-1123)<span style="font-size: medium;"><b> </b></span>Fernando Pina Phttp://www.blogger.com/profile/08209892824119444361noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8087499711606939980.post-42254733702686249232011-03-07T18:00:00.000-08:002014-03-05T23:17:38.143-08:00A Conquista de LisboaLisboa, não teria sido possível conquistá-la sem primeiro conquistar Santarém, comece-mos então pelo princípio.<br />
<br />
"A Conquista de Lisboa" e "A Conquista de Lisboa -Tomo 2 - Por Vontade de Deus", maravilhosa Banda Desenhada de Pedro Massano, encanta-nos pela sua narrativa e pelo seu rigor histórico. É impressionante as obras com que este Autor se documenta e os Historiadores que com ele colaboram. Eu diria que Pedro Massano entrou numa 'Máquina do Tempo' e viajou até à Alta Idade Média Peninsular para nos trazer através da Banda Desenhada, as narrativas e as imagens das conquistas de Santarém e de Lisboa por Afonso Henriques.<br />
<br />
Destaco neste blogue duas 'fotos' de Santarém do Séc. XII captadas pela 'máquina' de Pedro Massano que me impressionaram pelo rigor, sei do que falo, nasci na Ribeira de Santarém e a minha infância foi a calcorrear aquelas colinas e aqueles vales que fizeram as minhas aventuras. OBRIGADO Pedro Massano.<br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://lh5.googleusercontent.com/-JylG0d3QaiQ/TXWLiyeQqRI/AAAAAAAAAB8/eX5z75kolJk/s1600/Tomo+1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://lh5.googleusercontent.com/-JylG0d3QaiQ/TXWLiyeQqRI/AAAAAAAAAB8/eX5z75kolJk/s320/Tomo+1.jpg" width="232" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Edições Foto-Jornal, LDA Edição para o MontePio Geral</td></tr>
</tbody></table>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://lh4.googleusercontent.com/-mwq2RmxEqhI/TXWLmCoKiaI/AAAAAAAAACA/h-wwxmMLTNo/s1600/Tomo+2.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://lh4.googleusercontent.com/-mwq2RmxEqhI/TXWLmCoKiaI/AAAAAAAAACA/h-wwxmMLTNo/s320/Tomo+2.jpg" width="232" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Booktree, Sociedade Editorial, Lda</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px;">
<span lang="PT" style="font-size: small;"><span style="font-family: Trebuchet MS,Arial,Helvetica;">A conquista de Lisboa em 1147, por Afonso Henriques, não é descrita, em nenhuma fonte coeva nacional com a relevância que seria de esperar, para um feito que envolveu meios logísticos e humanos tão consideráveis à época, como um cerco de 4 meses ou o auxílio de um exército de cruzados estimado em mais de 12.000 homens. </span></span></div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px;">
<span lang="PT" style="font-size: small;"><span style="font-family: Trebuchet MS,Arial,Helvetica;">Contrariando tudo o que julgamos conhecer do seu “carácter”, Afonso limitou-se a aproveitar, da imensa operação, uma das “duas igrejas construídas pelos francos para sepultura dos mortos” e sagrá-la em nome do mártir S.Vicente. </span></span></div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px;">
<span lang="PT" style="font-size: small;"><span style="font-family: Trebuchet MS,Arial,Helvetica;">E esta discrição do auto-proclamado primeiro rei de Portugal é, estranha mas inteiramente, corroborada pela carta para Osberno, contemporânea dos acontecimentos. Não pareceu ao autor correcto, ou sequer desejável, limitar-se a ilustrá-la por duas razões: a primeira é estar já publicada e a sua mera ilustração haver de resumir-se a isso mesmo. A segunda, é confinar-se, apenas, ao relato factual – de um episódio – que só não é neutro por ter sido escrito por um católico durante uma “guerra santa”.</span></span></div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px;">
<span lang="PT" style="font-size: small;"><span style="font-family: Trebuchet MS,Arial,Helvetica;">Assim sendo, encontrará o leitor uma outra trama, que enquadra a acção narrada na referida carta, onde se entre-chocam obscuros interesses e misteriosos personagens. Mas, para isso, há que mergulhar na “idade das trevas”, a Alta Idade Média Peninsular, e recuar uns meses a partir da data que culmina no evento descrito, 25 de Outubro de 1147.</span></span><br />
<br />
<span lang="PT" style="font-size: small;"><span style="font-family: Trebuchet MS,Arial,Helvetica;">Pedro Massano </span></span></div>
Fernando Pina Phttp://www.blogger.com/profile/08209892824119444361noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8087499711606939980.post-53007613164740998732011-03-07T17:03:00.000-08:002014-03-06T20:22:50.520-08:00Santarém e Alfange<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
Assente<span style="font-size: large;"> </span>no magnífico afloramento rochoso de onde ainda hoje, domina o plaino ribatejano, Santarém, era, no séc XII, um espinho cravado no coração da Belatha (Nome dado pelos árabes a toda a região abrangida pelos castelos de Santarém, Lisboa e Sintra).<br />
<div>
Do seu promontório partiam as incursões mouras a punir a reconquista cristã, as suas características de praça forte natural faziam dela o carrasco do noroeste peninsular.</div>
<div>
Muralhada desde sempre, a visão e destemor do seu Kahid Abu Zacarias (Califa de Santarém) dotaram-na de um conjunto soberbo de defesas que, partindo do aproveitamento e ampliação do sistema Godo pré-existente, não só trancava as suas portas (Fluviais e Terrestres) como desencorajava qualquer presunção de ataque.</div>
<div>
Assim não entendia, porém, Afonso Henriques para quem este "Paraíso Deleitoso", pela Nobreza e Abastança de seu assento, era fundamental ao seu plano de expansão, além de miradouro estratégico, e de celeiro farto, Santarém era a porta para tomar Lisboa.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Se gosta de História e quer ler mais sobre a conquista de Santarém aos árabes por Afonso Henriques</div>
<div>
clique neste link: <a href="http://aviagemdosargonautas.net/2013/02/05/chamaramlhe-portugal-7-por-jose-brandao/" target="_blank">A Tomada de Santarém</a></div>
<div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://lh4.googleusercontent.com/-fP7jWZ2uc-Q/TXWARSKBz2I/AAAAAAAAAB4/xCVG_JhVhhM/s1600/Santar%25C3%25A9m+e+Alfange.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://lh4.googleusercontent.com/-fP7jWZ2uc-Q/TXWARSKBz2I/AAAAAAAAAB4/xCVG_JhVhhM/s640/Santar%25C3%25A9m+e+Alfange.jpg" width="464" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Banda Desenhada de Pedro Massano do seu álbum: A Conquista de Lisboa </td><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><br /></td></tr>
</tbody></table>
</div>
Fernando Pina Phttp://www.blogger.com/profile/08209892824119444361noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8087499711606939980.post-61638665128820097222011-03-07T17:01:00.000-08:002014-04-08T14:22:25.600-07:00Santarém e Seserigo (Ribeira de Santarém)<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://lh3.googleusercontent.com/-6gx-XwkIdto/TXV_xBgJUXI/AAAAAAAAAB0/3s4tCMp4MD4/s1600/Santar%25C3%25A9m+e+Seserigo+%2528Ribeira+de+Santar%25C3%25A9m%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://lh3.googleusercontent.com/-6gx-XwkIdto/TXV_xBgJUXI/AAAAAAAAAB0/3s4tCMp4MD4/s640/Santar%25C3%25A9m+e+Seserigo+%2528Ribeira+de+Santar%25C3%25A9m%2529.jpg" width="464" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Banda Desenhada de Pedro Massano do seu álbum: A Conquista de Lisboa </td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<br />
<div>
<div>
<a name='more'></a></div>
<div>
<br /></div>
</div>
Fernando Pina Phttp://www.blogger.com/profile/08209892824119444361noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8087499711606939980.post-29126864115599226712011-03-07T17:00:00.000-08:002014-03-22T02:44:03.718-07:00Uma Rosa<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-Mu7guxAiccM/Uy1WakY6dYI/AAAAAAAAAPQ/06In0ASuSuo/s1600/islam-fig7.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-Mu7guxAiccM/Uy1WakY6dYI/AAAAAAAAAPQ/06In0ASuSuo/s1600/islam-fig7.jpg" height="320" width="247" /></a></div>
<span style="font-weight: bold;">Chega a ti, Abû ʿÂmir, uma rosa. // Recorda-te o perfume as suas exalações.</span><br />
<span style="font-weight: bold;">É como ver uma donzela que ao ser vista // cobrisse com as mangas a cabeça.</span><br />
<br />
<span style="font-weight: normal;"><br />
</span><br />
<span style="font-weight: normal;"><br />
</span><br />
<span style="font-size: 180%;">أتَـتْكَ أبا عـــامِرِ وَرْدةٌ // تَذَكَّرَكَ الطِّيبُ أنْفاسَــــــها<br />
كَعَذْراءَ أنْصَرَها مُبْصِرٌ // فَغَطَّتْ بِأكْمامِها رأسَـــــها</span><span style="font-weight: normal;"><br />
</span><br />
<span style="font-weight: normal;"><br />
</span><br />
<span style="font-weight: normal;"><br />
</span><br />
<br />
<br />
De: Ibn Sâra - Poeta árabe nascido em Santarém,<b>al-Ândalus</b>. séc. XI. (1043-1123)<br />
<span style="font-weight: bold;">Fonte: <a href="http://sobreasruinas.blogspot.com/">pausa sobre as ruínas</a></span>Fernando Pina Phttp://www.blogger.com/profile/08209892824119444361noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8087499711606939980.post-47283595391762580582011-03-07T16:18:00.000-08:002014-03-22T02:15:57.802-07:00A Lenda do Cristo de Mont'Iraz<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-qnqZh6-Sw2o/Uy1SdvdEUsI/AAAAAAAAAO4/ymgar6npbR4/s1600/Desenho+Igreja+Ribeira+Santar%C3%A9m.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-qnqZh6-Sw2o/Uy1SdvdEUsI/AAAAAAAAAO4/ymgar6npbR4/s1600/Desenho+Igreja+Ribeira+Santar%C3%A9m.jpg" height="640" width="443" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Gravura publicada na obra de Virgílio Arruda, 'Santarém no Tempo' </td></tr>
</tbody></table>
<br />
<br />
Na igreja de Santa Iria, da <span class="places">Ribeira de Santarém</span>, existe uma antiga escultura de <span class="names">Jesus</span>
Crucificado. Essa imagem, de expressão dolorosa e numa estranha
posição, está ligada a uma lenda. E, segundo diz o povo, essa lenda vem
de há muito tempo, quando a imagem em questão se encontrava ainda na
capelinha do <span class="places">Monte dos Olivais</span>, situada entre Santarém e a Ribeira. <br />
Morava ali, então, uma jovem camponesa chamada <span class="names">Aninhas</span>,
órfã de pai; sua mãe, mulher de trabalho, sadia de corpo e de alma; e
um moço fidalgo, formoso e distinto, sabendo apreciar a beleza sem,
muitas vezes, apreciar a verdade. <br />
Certo dia, a Aninhas e o tal moço fidalgo — que se chamava, de seu<br />
primeiro nome, <span class="names">António</span>
— encontraram-se no campo, quando ela ia lavar à ribeira. O seu andar
desenvolto e o seu rosto picante despertaram o interesse do fidalgo,
que logo se apeou do cavalo para falar à bela camponesa. <br />
— Olá Aninhas! Bem me pareceu que eras tu que eu via caminhar à minha frente! <br />
Ela sorriu, buliçosa. <br />
— Viva o senhor D. António! Que o traz para estes lados? <br />
— Vim passear. Porque te admiras? <br />
Aninhas teve um trejeito gaiato. <br />
— Na verdade não devia admirar-me. Quem tem posses e nome para viver sem trabalhar pode passar o tempo de qualquer maneira... <br />
Ele olhou-a uns momentos em silêncio. E retorquiu: <br />
—
Olha que eu também trabalho. Não são apenas aqueles que andam a cavar a
terra, ou os que lavam a nossa roupa no rio que devem considerar-se
trabalhadores. <br />
Ela encolheu os ombros. <br />
— Ora! O seu trabalho e os seus haveres queria eu! <br />
— Aninhas! O meu trabalho não te posso dar. Mas os meus haveres... <br />
A rapariga mostrou-se surpreendida: <br />
— Que fará com os seus haveres? <br />
Ele olhou-a intencionalmente: <br />
— Podem ser nossos... se tu quiseres. <br />
— Se eu quiser? <br />
— Sim, se tu quiseres. És muito bela, sabes? <br />
Aninhas franziu as sobrancelhas e preparou-se para se afastar: <br />
— Não vá tão depressa, senhor D. António! Pode escorregar... e cair. Por mim... são horas de voltar a casa. <br />
Ele barrou-lhe a passagem. <br />
— Espera um pouco, Aninhas! O nosso encontro de hoje não é obra do acaso. <br />
Novo espanto da rapariga: <br />
— Como? Então... o senhor seguiu-me?... <br />
—
Há mais de um mês que te sigo. E hoje, ao ver-te, tão graciosa, disse
para mim mesmo: «Hoje é que tenho de falar-lhe, custe o que custar!» <br />
Aninhas
sentiu dentro de si um misto de alegria e de receio. Olhou o jovem
fidalgo como se fora a primeira vez que o visse. Achou-o belo, distinto,
másculo. Corou visivelmente. E perguntou, atarantada: <br />
— Mas… que me quer dizer? <br />
Ele aproximou-se mais. Velou a voz. Parecia a tentação personificada. <br />
— Aninhas! Gosto muito de ti! <br />
Ela assustou-se. <br />
— Cuidado, senhor D. António! Não me ofenda, por favor! Sou pobre, mas filha de gente honrada! <br />
Ele pegou-lhe numa das mãos trémulas, e declarou: <br />
— Gosto de ti como ainda não gostei de qualquer outra mulher! És o meu pensamento constante! <br />
A rapariga levou uma das suas mãos à boca do fidalgo, como a impedi-lo de continuar a falar assim. <br />
— Por favor!... Eu não sou mulher que lhe sirva!... <br />
Ele beijou-lhe a mão pequenina, que fugiu, indo logo recolher-se no peito palpitante de Aninhas. Mas já D. António afirmava: <br />
— Hás-de ser minha mulher! <br />
Mais arregalados ficaram os olhos bonitos de Aninhas. <br />
— Que diz, senhor fidalgo?... O senhor não poderá casar comigo. Não venha desnortear-me o coração! <br />
Ele não se mostrou perturbado com a resistência. <br />
— Se fores capaz de amar-me também... juro que casarei contigo! <br />
Aninhas levou as mãos à cabeça, tomada dum verdadeiro alvoroço. Murmurou: <br />
— Ó Senhor Deus do Monte, valei-me! <br />
D. António sorriu. Falou cariciosamente: <br />
— Aninhas! Porque te afliges tanto? Se me amas... como creio… serás feliz! Mas diz-me: também me amas? <br />
Ela
abanou a cabeça. Ele apertava-lhe as mãos. Aninhas sentia-se
fraquejar. O fidalgo era tão belo… tão distinto!... Quantas vezes o
espreitara pelas frestas da janela, ou por detrás de uma árvore, quando
ele passava à sua beira, cavalgando no seu cavalo de pêlo dourado!... <br />
Aninhas ainda tentou reagir: <br />
— D. António! Por favor… deixe-me! <br />
Mas
ele estava já muito perto dela. Sentia-lhe o hálito, a respiração
ofegante. Sabia-se envolvida pelo seu olhar ardente. E, pior ainda,
pelos seus braços, que fechavam o círculo duma amorosa prisão.
Debateu-se sem palavras. Mas ele reforçou: <br />
— Juro que casarei contigo, Aninhas! Juro-o por esta oliveira à qual encostaste agora a tua cabeça! <br />
— Só por isso é que jura? <br />
— Juro também pelo Cristo que está no altar desta capelinha. Juro que só contigo casarei! <br />
Ela sorriu. Sentiu mais forte o abraço que a aprisionava. E já não opôs resistência.<br />
<br />
Alguns
meses passaram. D. António saíra subitamente de Santarém, para uma
missão bem longe da sua terra. E Aninhas, a alegre e buliçosa Aninhas,
já não cantava nem ria. Começara a definhar. Preocupada, a mãe
interrogava-a sem descanso. Mas ela mantinha-se numa evasiva que a todos
intrigava. Uma tarde, porém...<br />
<br />
Chovia. Uma chuva
miudinha, enervante. Um dia triste, de um triste Outono. Junto à tosca
mesa de madeira, Aninhas cismava ante a malga da sopa. A mãe olhava-a
numa amargura que tocava as raias do desespero. Gritou-lhe quase: <br />
—
Filha, tu dás comigo em doida! Porque não comes? Não vês que já nem
pareces a mesma rapariga? Acabarás por matar-te e matares-me! <br />
As lágrimas deslizaram, silenciosas, pelas faces maceradas da rapariga. Mas não respondeu. A mãe insistiu: <br />
— Aninhas! Vou tocar num assunto que desejaria que fosses tu a primeira a falar. <br />
Pela primeira vez a rapariga reagiu: <br />
— Que assunto, minha mãe? <br />
— Julgas que eu sou parva? <br />
— O quê? <br />
— Sim! Pensas que alguma vez conseguimos enganar a nossa mãe? <br />
— Que quer dizer?<br />
Havia dolorosa expectativa no seu olhar. A mãe prosseguiu: <br />
— Bem compreendi que andaste de amores com o D. António. Mas agora onde está ele?<br />
Aninhas baixara os olhos. Deixara de chorar. Dir-se-ia a estátua do desalento. A mãe tornou: <br />
— Para onde foi ele? <br />
Aninhas respondeu sem levantar a cabeça: <br />
— Não sei... Creio que foi para muito longe. <br />
— E não voltará, não é assim? <br />
A rapariga levou as mãos ao rosto. As lágrimas vieram, de novo, encharcar-lhe as faces. <br />
— Não sei... Já nada sei!... <br />
E numa exaltação repentina: <br />
— Mas ele jurou! Fez uma jura sagrada! Terá de a cumprir! <br />
A mãe de Aninhas desesperou-se: <br />
— Juras! Juras! Ainda acreditas nas juras dos homens? Vê como ele fugiu! Oh, minha filha, para que acreditaste? <br />
Como falando consigo mesma, Aninhas murmurou: <br />
— Ele parecia tão sincero! <br />
— Parecia... mas devias ter desconfiado! <br />
Aninhas, subitamente, revoltou-se: <br />
— E porquê? Porque não havia ele de gostar de mim? Os rapazes aqui todos me queriam! Todos! <br />
— E por isso... envaideceste-te… e julgaste poder subir mais alto! Aí é que foi o teu engano! <br />
— Porque era forçoso estar enganada? <br />
— Porque és pobre e és do povo! Só um homem do povo casará contigo! <br />
A revolta deu nova energia à pobre Aninhas. <br />
— Mas ele jurou, mãe! Jurou pelo Senhor Crucificado que está na capela do Monte! <br />
A
mãe de Aninhas semicerrou os olhos. Guardou um pequeno silêncio.
Depois foi até à janela da pequena casa onde habitava e, olhando o céu,
sentenciou, solene: <br />
— Pois bem! Se ele tomou esse compromisso
diante de Deus, esperemos que seja obrigado a regressar. E então,
havemos de ver se ele terá coragem de negar essa jura! <br />
<br />
Mais
uns meses passaram. Aninhas, embora triste, isolada, parecia contudo
mais confiante, ou menos desesperada. O desabafo fizera-lhe bem. Mas
certa vez alguém veio dizer, numa intenção reservada: <br />
— Sabes, Aninhas, dizem que esta tarde chegará o senhor D. António! <br />
Mãe e filha entre-olharam-se. A rapariga fez-se pálida. Encostou-se à ombreira da porta. <br />
— Ah, sim? Então o que o traz por cá? <br />
— Creio que não se deu com o clima das outras terras. Por isso voltou. <br />
— Pois que volte! Tem a tia e os criados para o receberem. E uma linda casa, ao que parece. <br />
— Lá isso é! Mas achas que ele virá casado? <br />
E a velha alcoviteira olhava Aninhas de soslaio. <br />
A mãe respondeu desabridamente: <br />
— Sei lá, mulher! Cá por mim, não me interessa a vida dos outros! E sabes que mais? Tenho muito que fazer! <br />
A outra sorriu, irónica. <br />
— Pois olha: eu, se fosse a ti, interessava-me pela vida do senhor D. António! <br />
— Porquê? <br />
— Ora! Não te faças de novas! Adeus, que vou à vida! <br />
A mãe de Aninhas resmungou. Mas ao reparar no brilho intenso do olhar da filha apressou-se a recomendar: <br />
— Aninhas! Não esperes muito do teu fidalgo! Mas crê em Deus! Esse, sim! Só Ele pode ajudar-nos! <br />
<br />
Depois
de regressar à terra, D. António parecia ignorar a existência da pobre
Aninhas. Oito dias passaram. Oito dias de angústia e incertezas. Oito
dias de ansiedade. Oito dias de sofrimento. E então a mãe da rapariga
enviou-lhe um recado para que fosse falar com ela à capela do Monte. Se
ele não aparecesse, iria ela a sua casa. E D. António, embora
contrafeito e pouco à vontade, foi à capela do Monte.<br />
<br />
Eram
onze horas da manhã. O sol rompera as nuvens baixas. Parecia abraçar a
terra tão ávida do seu calor. A seiva corria pelas plantas a
desabrochar. Era um renovar de vida, um grito de hossanas à Primavera. <br />
Na capela, a mãe de Aninhas orava. Uma voz soou a seu lado: <br />
— Olá, senhora Maria! <br />
A mulher voltou-se: <br />
— Deus o salve, senhor D. António! <br />
— Que me quer? <br />
— Dar-lhe novas da minha filha. <br />
Ele não demonstrou surpresa nem ansiedade. Perguntou, sereno: <br />
— É verdade o que dizem? Creio que anda adoentada. <br />
— Anda, sim, senhor D. António. E não calcula porquê? <br />
— Na verdade… não posso saber... Há meses que não lhe falo... <br />
— Mas já falou… <br />
— Sim… falei… <br />
— E até lhe disse coisas muito bonitas, não é verdade, fidalgo? <br />
Ele concordou: <br />
—
Sim. Disse. Namorei-a durante alguns meses. Mas depois parti. Fui
nomeado para um alto cargo. E compreende, decerto... Embora a senhora e
ela tenham uma educação superior à outra gente do lugar... eu... bem
vê... <br />
— Sim, estou vendo! Mas não sabia que nós não éramos da sua alta estirpe? <br />
— Sabia… <br />
— Então porque veio apoquentar quem não o apoquentou? <br />
D. António mordeu os lábios. A situação começava a tornar-se embaraçosa. <br />
— Senhora Maria! Estou disposto a dispensar à Aninhas uma renda anual... Contudo, compreende... eu não posso casar com ela! <br />
A mãe da rapariga assumiu uma atitude nobre. <br />
— Senhor fidalgo! Guarde o seu dinheiro! Não foi isso que vim pedir-lhe. <br />
— Então... que foi? <br />
— Vim pedir-lhe que cumpra a sua jura. <br />
— Qual jura? <br />
— A que fez sobre aquela oliveira e sobre esta imagem de Jesus Crucificado, de que casaria com a minha filha! <br />
D. António empalideceu. Mas respondeu sereno: <br />
— Senhora Maria! Não me lembro de ter jurado. <br />
Nesse
mesmo instante um estrondo soou lá fora. Olharam pela porta
entreaberta. A oliveira caíra no chão, como fulminada por um raio. A mãe
de Aninhas gritou quase: <br />
— Veja, senhor fidalgo, o resultado do seu perjúrio! Deus é grande! <br />
Embora um tanto assustado, o fidalgo tentou chamar a si todo o seu sangue-frio. <br />
— Foi uma coincidência, senhora! <br />
Entretanto, o povo acorria ao local, atraído pelo estrondo e pela queda estranha da oliveira junto à capelinha. <br />
De joelhos, a mãe de Aninhas orava alto: <br />
—
Ó Jesus Crucificado, valei-me! Valei-me! Se é verdade que o senhor D.
António, aqui presente, jurou pela Vossa Santa Face casar com a minha
Aninhas, dai-nos um sinal! <br />
Os mais lépidos tinham já chegado à porta da capela e ficavam boquiabertos por quanto viam e ouviam. D. António enervou-se: <br />
— Isto é uma tolice! Vou-me embora!<br />
Mas um murmúrio começou crescendo. Alguém gritou: <br />
— Olhem o braço do Senhor! Está a mover-se na cruz! Aponta alguém! <br />
A senhora Maria gritou: <br />
— Louvado seja Deus! Aponta para D. António! <br />
O
fidalgo estacou. Fitou a cruz. Viu o dedo do Senhor apontando-o. Ficou
tremendo, de olhos esbugalhados. E caiu de joelhos, clamando: <br />
— Perdoai-me, Senhor! Sim, eu jurei por Vós e vou cumprir a minha jura! Aninhas será minha mulher!<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-v8M6S_i4N0U/Uy1UaeN7U4I/AAAAAAAAAPE/7rAgbWeYjNI/s1600/cristo+monte+iraz.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-v8M6S_i4N0U/Uy1UaeN7U4I/AAAAAAAAAPE/7rAgbWeYjNI/s1600/cristo+monte+iraz.jpg" height="400" width="295" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto: Otília Pires, in Facebook</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<br />
<br />
E,
segundo diz o povo, nessa posição estranha se conservou a imagem de
Cristo, mesmo depois de D. António e a mãe de Aninhas terem corrido à
casa da Ribeira. De expressão dolorosa a cavar-lhe a face, corpo
torcido, como a querer desprender-se dos pregos em que o haviam
crucificado, o Cristo do Monte Iraz é ainda visitado para lhe pedirem
misericórdia.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-H8tvlylOEc8/Uy1JlCYNjGI/AAAAAAAAAOg/0RVeQcgXHbI/s1600/Planalto+de+S.+Bento.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-H8tvlylOEc8/Uy1JlCYNjGI/AAAAAAAAAOg/0RVeQcgXHbI/s1600/Planalto+de+S.+Bento.jpg" height="480" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Liceu de Santarém, no planalto de S. Bento (Antigo Monte dos Olivais e
Antigo Monte Iraz, neste planalto onde hoje se situa o Miradouro de S.
Bento existia a Capelinha onde decorre esta lenda)</td></tr>
</tbody></table>
Fontes: <a href="http://www.lendarium.org/index/">Arquivo Português de Lendas do CEAO da Universidade do Algarve </a><br />
<br />
<a href="http://www.lendarium.org/biblio/166/">MARQUES, Gentil, Lendas de Portugal, Lisboa, Círculo de Leitores, 1997 [1962] , p.Volume IV, pp. 193-199</a><br />
<br />Fernando Pina Phttp://www.blogger.com/profile/08209892824119444361noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8087499711606939980.post-38592438773561296692011-03-07T15:32:00.000-08:002014-03-06T22:00:26.510-08:00SANTARÉM / SCÁLABIS<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-G_zJ3D6kFXo/UxlKOi88NiI/AAAAAAAAAMk/B_6VhpX7AaQ/s1600/centrohistoricoSantarm1Cpia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-G_zJ3D6kFXo/UxlKOi88NiI/AAAAAAAAAMk/B_6VhpX7AaQ/s1600/centrohistoricoSantarm1Cpia.jpg" height="480" width="640" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table class="contentpaneopen"><tbody>
<tr></tr>
<tr><td style="padding: 0px 6px;" valign="top"><table class="contentpaneopen" style="border-collapse: collapse; border-style: none; font-weight: normal; width: 680px;"><tbody>
<tr><td style="font-weight: normal; padding: 0px 6px;" valign="top"><br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<table align="center" border="0" style="border-collapse: separate; height: 211px; width: 525px;"><tbody>
<tr><td align="center" rowspan="9" style="font-weight: normal; padding: 0px 6px;"><div style="border-width: 0px; font-size: 12px; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; text-align: center; vertical-align: baseline;">
</div>
</td><td style="font-weight: normal; padding: 0px 6px;"><b style="border-width: 0px; font-size: 12px; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Gentílico</b></td><td style="font-weight: normal; padding: 0px 6px;">Scalabitano, Escalabitano, Santareno</td></tr>
<tr><td style="font-weight: normal; padding: 0px 6px;"><b style="border-width: 0px; font-size: 12px; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Concelho</b></td><td style="font-weight: normal; padding: 0px 6px;">Santarém</td></tr>
<tr><td style="font-weight: normal; padding: 0px 6px;"><b style="border-width: 0px; font-size: 12px; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Área</b></td><td style="font-weight: normal; padding: 0px 6px;">565,819 km²</td></tr>
<tr><td style="font-weight: normal; padding: 0px 6px;"><b style="border-width: 0px; font-size: 12px; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">População</b></td><td style="font-weight: normal; padding: 0px 6px;">63 563 hab.</td></tr>
<tr><td style="font-weight: normal; padding: 0px 6px;"><b style="border-width: 0px; font-size: 12px; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Densidade</b></td><td style="font-weight: normal; padding: 0px 6px;">112,3 hab./km²</td></tr>
<tr><td style="font-weight: normal; padding: 0px 6px;"><b style="border-width: 0px; font-size: 12px; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Orago</b></td><td style="font-weight: normal; padding: 0px 6px;">São Nicolau</td></tr>
<tr><td style="font-weight: normal; padding: 0px 6px;"><b style="border-width: 0px; font-size: 12px; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Fundação do Município <br />
</b></td><td style="font-weight: normal; padding: 0px 6px;">1095 </td></tr>
<tr><td style="font-weight: normal; padding: 0px 6px;"><b style="border-width: 0px; font-size: 12px; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Feriado Municipal</b></td><td style="font-weight: normal; padding: 0px 6px;">19 de Março </td></tr>
<tr><td style="font-weight: normal; padding: 0px 6px;"><b style="border-width: 0px; font-size: 12px; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Código postal</b></td><td style="font-weight: normal; padding: 0px 6px;">2000 Santarém</td></tr>
</tbody></table>
</td></tr>
</tbody></table>
<div style="font-weight: normal;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="border-width: 0px; font-size: 12px; font-weight: normal; margin: 1em 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; text-align: justify; text-indent: 35.4pt; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 10pt; text-indent: 35.4pt;">Situada num planalto, rodeada pelos cumes de Alcáçova, Capuchos, Outeiro da Forca, Sacapeito, S. Bento, Senhora do Monte e Monte dos Cravos, banhada pelo majestoso Rio Tejo, a cidade de Santarém, também chamada cidade das sete colinas, é capital de Distrito, capital da província do Ribatejo e considerada, pelo seu passado artístico, imponente e glorioso</span><span style="text-indent: 35.4pt;"> </span><i style="border-width: 0px; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 13px; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; text-indent: 35.4pt; vertical-align: baseline;">“capital do gótico português”</i><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 10pt; text-indent: 35.4pt;">.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="border-width: 0px; font-size: 12px; font-weight: normal; margin: 1em 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; text-align: justify; text-indent: 35.4pt; vertical-align: baseline;">
<span style="border-width: 0px; font-family: Verdana,sans-serif; font-size: 10pt; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">A fundação da cidade de Santarém está associada à mitologia greco-romana e cristã,<i style="border-width: 0px; font-size: 13px; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">“reconhecendo-se duas origens míticas na sua génese: no primeiro caso associada a um herói clássico, fundador de uma cidade-estado erguida sobre sete colinas, de nome Habis, presente na mitologia de Tartessos e, no segundo caso, à mártir Santa Irene, de muito provável ascendência peninsular. As duas origens marcaram profundamente os topónimos que ainda hoje são utilizados: Scallabis e Santarém (de Sant`Arein)</i>.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="border-width: 0px; font-size: 12px; font-weight: normal; margin: 1em 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; text-align: justify; text-indent: 35.4pt; vertical-align: baseline;">
<span style="border-width: 0px; font-family: Verdana,sans-serif; font-size: 10pt; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Crê-se que a ocupação de Santarém remonte ao século VII a.c.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="border-width: 0px; font-size: 12px; font-weight: normal; margin: 1em 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; text-align: justify; text-indent: 35.4pt; vertical-align: baseline;">
<span style="border-width: 0px; font-family: Verdana,sans-serif; font-size: 10pt; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">A conquista romana desta área inicia-se em 138 a.c., com a campanha militar de fortificação de<span class="Apple-converted-space"> </span><i style="border-width: 0px; font-size: 13px; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Olisipo</i><span class="Apple-converted-space"> </span>(Lisboa) e<span class="Apple-converted-space"> </span><i style="border-width: 0px; font-size: 13px; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Móron</i><span class="Apple-converted-space"> </span>por Décimo Júnio Bruto.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="border-width: 0px; font-size: 12px; font-weight: normal; margin: 1em 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; text-align: justify; text-indent: 35.4pt; vertical-align: baseline;">
<span style="border-width: 0px; font-family: Verdana,sans-serif; font-size: 10pt; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Seguindo a mesma linha, Júlio César cria, em 61 a.c., um acampamento militar em Santarém. A cidade toma nesta época a designação de<span class="Apple-converted-space"> </span><i style="border-width: 0px; font-size: 13px; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Scallabis Praesidium Iulium</i>.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="border-width: 0px; font-size: 12px; font-weight: normal; margin: 1em 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; text-align: justify; text-indent: 35.4pt; vertical-align: baseline;">
<span style="border-width: 0px; font-family: Verdana,sans-serif; font-size: 10pt; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">A crise do século III e a decadência do Império Romano do Ocidente afectou a<span class="Apple-converted-space"> </span><i style="border-width: 0px; font-size: 13px; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">civitas</i>, sendo no século V conquistada e saqueada pelos bárbaros. Em 460, os visigodos, comandados por Sunerico, conquistam-na aos alanos.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="border-width: 0px; font-size: 12px; font-weight: normal; margin: 1em 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; text-align: justify; text-indent: 35.4pt; vertical-align: baseline;">
<span style="border-width: 0px; font-family: Verdana,sans-serif; font-size: 10pt; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">A cidade neste período seria constituída pelos núcleos seguintes:</span></div>
<ul style="border-width: 0px; font-size: 12px; font-weight: normal; list-style-image: url(http://www.santaremdigital.com/templates/gk_corporate/images/style1/bullet1.png); list-style-type: none; margin: 0px 6px; outline-width: 0px; padding: 0px 6px 6px; vertical-align: baseline;">
<li style="border-width: 0px; font-size: 12px; line-height: 12px; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 5px 0px; vertical-align: baseline;"><i style="border-width: 0px; font-size: 12px; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><span style="border-width: 0px; font-family: Verdana,sans-serif; font-size: 10pt; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Castra Scallabis</span></i><span style="border-width: 0px; font-family: Verdana,sans-serif; font-size: 10pt; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-converted-space"> </span>– cidadela fortificada;</span></li>
</ul>
<ul style="border-width: 0px; font-size: 12px; font-weight: normal; list-style-image: url(http://www.santaremdigital.com/templates/gk_corporate/images/style1/bullet1.png); list-style-type: none; margin: 0px 6px; outline-width: 0px; padding: 0px 6px 6px; vertical-align: baseline;">
<li style="border-width: 0px; font-size: 12px; line-height: 12px; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 5px 0px; vertical-align: baseline;"><i style="border-width: 0px; font-size: 12px; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><span style="border-width: 0px; font-family: Verdana,sans-serif; font-size: 10pt; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Scallabis</span></i><span style="border-width: 0px; font-family: Verdana,sans-serif; font-size: 10pt; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-converted-space"> </span>– a urbe do planalto;</span></li>
</ul>
<ul style="border-width: 0px; font-size: 12px; font-weight: normal; list-style-image: url(http://www.santaremdigital.com/templates/gk_corporate/images/style1/bullet1.png); list-style-type: none; margin: 0px 6px; outline-width: 0px; padding: 0px 6px 6px; vertical-align: baseline;">
<li style="border-width: 0px; font-size: 12px; line-height: 12px; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 5px 0px; vertical-align: baseline;"><i style="border-width: 0px; font-size: 12px; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><span style="border-width: 0px; font-family: Verdana,sans-serif; font-size: 10pt; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Portus ou cataplus romano</span></i><span style="border-width: 0px; font-family: Verdana,sans-serif; font-size: 10pt; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-converted-space"> </span>(Alfange);</span></li>
</ul>
<ul style="border-width: 0px; font-size: 12px; font-weight: normal; list-style-image: url(http://www.santaremdigital.com/templates/gk_corporate/images/style1/bullet1.png); list-style-type: none; margin: 0px 6px; outline-width: 0px; padding: 0px 6px 6px; vertical-align: baseline;">
<li style="border-width: 0px; font-size: 12px; line-height: 12px; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 5px 0px; vertical-align: baseline;"><i style="border-width: 0px; font-size: 12px; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><span style="border-width: 0px; font-family: Verdana,sans-serif; font-size: 10pt; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Seserigo</span></i><span style="border-width: 0px; font-family: Verdana,sans-serif; font-size: 10pt; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-converted-space"> (Ribeira de Santarém) </span>– bairro ribeirinho situado na margem direita da ribeira de Runes.</span></li>
</ul>
<div class="MsoNormal" style="border-width: 0px; font-size: 12px; font-weight: normal; margin: 1em 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; text-align: justify; text-indent: 35.4pt; vertical-align: baseline;">
<span style="border-width: 0px; font-family: Verdana,sans-serif; font-size: 10pt; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Em 714 é conquistada pelos muçulmanos, que a ocuparam até 1147. Durante o período islâmico, o território urbano da cidade (Shantarin) estava dividido em quatro núcleos também:</span></div>
<ul style="border-width: 0px; font-size: 12px; font-weight: normal; list-style-image: url(http://www.santaremdigital.com/templates/gk_corporate/images/style1/bullet1.png); list-style-type: none; margin: 0px 6px; outline-width: 0px; padding: 0px 6px 6px; vertical-align: baseline;">
<li style="border-width: 0px; font-size: 12px; line-height: 12px; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 5px 0px; vertical-align: baseline;"><span style="border-width: 0px; font-family: Verdana,sans-serif; font-size: 10pt; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">A cidade de Alcáçova;</span></li>
</ul>
<ul style="border-width: 0px; font-size: 12px; font-weight: normal; list-style-image: url(http://www.santaremdigital.com/templates/gk_corporate/images/style1/bullet1.png); list-style-type: none; margin: 0px 6px; outline-width: 0px; padding: 0px 6px 6px; vertical-align: baseline;">
<li style="border-width: 0px; font-size: 12px; line-height: 12px; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 5px 0px; vertical-align: baseline;"><span style="border-width: 0px; font-family: Verdana,sans-serif; font-size: 10pt; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">A medina de Marvila;</span></li>
</ul>
<ul style="border-width: 0px; font-size: 12px; font-weight: normal; list-style-image: url(http://www.santaremdigital.com/templates/gk_corporate/images/style1/bullet1.png); list-style-type: none; margin: 0px 6px; outline-width: 0px; padding: 0px 6px 6px; vertical-align: baseline;">
<li style="border-width: 0px; font-size: 12px; line-height: 12px; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 5px 0px; vertical-align: baseline;"><span style="border-width: 0px; font-family: Verdana,sans-serif; font-size: 10pt; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">O porto de Alfange;</span></li>
</ul>
<ul style="border-width: 0px; font-size: 12px; font-weight: normal; list-style-image: url(http://www.santaremdigital.com/templates/gk_corporate/images/style1/bullet1.png); list-style-type: none; margin: 0px 6px; outline-width: 0px; padding: 0px 6px 6px; vertical-align: baseline;">
<li style="border-width: 0px; font-size: 12px; line-height: 12px; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 5px 0px; vertical-align: baseline;"><span style="border-width: 0px; font-family: Verdana,sans-serif; font-size: 10pt; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">O arrabalde de Seserigo.</span></li>
</ul>
<div class="MsoNormal" style="border-width: 0px; font-size: 12px; font-weight: normal; margin: 1em 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; text-align: justify; text-indent: 35.4pt; vertical-align: baseline;">
<span style="border-width: 0px; font-family: Verdana,sans-serif; font-size: 10pt; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Entre 1093 e 1111 esteve sujeita ao domínio cristão, durante o qual o rei Afonso VI de Leão e Castela lhe concede, em 1095, uma carta de foral.<span class="Apple-converted-space"> </span><i style="border-width: 0px; font-size: 13px; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">“É com a atribuição, em 1095, por D. Afonso VI de Leão, de uma carta de foral a Santarém, que começa a história do direito concelhio escrito desta cidade...”</i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="border-width: 0px; font-size: 12px; font-weight: normal; margin: 1em 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; text-align: justify; text-indent: 35.4pt; vertical-align: baseline;">
<span style="border-width: 0px; font-family: Verdana,sans-serif; font-size: 10pt; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">A conquista da cidade aos mouros em 1147, por D. Afonso Henriques, é um símbolo importante na formação do Reino de Portugal. A partir desta data, Santarém tomará novos rumos, novas direcções, aproveitando contudo, o legado dos povos antecessores.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="border-width: 0px; font-size: 12px; font-weight: normal; margin: 1em 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; text-align: justify; text-indent: 35.4pt; vertical-align: baseline;">
<span style="border-width: 0px; font-family: Verdana,sans-serif; font-size: 10pt; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Este rei concede novo foral à vila, dado em Coimbra, em Maio de 1179. Foi confirmado em Santarém, por D. Afonso II, em 8 de Abril de 1214 e de novo confirmado por este mesmo rei, em Coimbra, em 12 de Novembro de 1217.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="border-width: 0px; font-size: 12px; font-weight: normal; margin: 1em 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; text-align: justify; text-indent: 35.4pt; vertical-align: baseline;">
<span style="border-width: 0px; font-family: Verdana,sans-serif; font-size: 10pt; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Com a reforma dos forais, D. Manuel atribuiu-lhe novo foral, em Almeirim, em 1 de Fevereiro de 1506.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="border-width: 0px; font-size: 12px; font-weight: normal; margin: 1em 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; text-align: justify; text-indent: 35.4pt; vertical-align: baseline;">
<span style="border-width: 0px; font-family: Verdana,sans-serif; font-size: 10pt; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">A fortificação da cidade foi das primeiras preocupações. A defesa militar foi entregue às ordens religioso-militares, tendo nos séculos XIII e XIV sido reforçadas e constituídas novas muralhas. Assim, no reinado de D. Sancho I, Seserigo (Ribeira de Santarém) viu reforçada a sua muralha e com D. Fernando, as muralhas da Alcáçova Velha (paço real de Alcáçova) foram consolidadas e muralhadas a mouraria da Vila Alta e o chafariz das Figueiras.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="border-width: 0px; font-size: 12px; font-weight: normal; margin: 1em 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; text-align: justify; text-indent: 35.4pt; vertical-align: baseline;">
<span style="border-width: 0px; font-family: Verdana,sans-serif; font-size: 10pt; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Em finais do século XII, esta vila estava estruturada em doze paróquias: sete na parte alta (Santa Maria de Alcáçova, Santa Maria de Marvila, S. Martinho, S. Nicolau, S. Salvador, S. Julião e Santo Estêvão) e cinco na parte baixa (S. Tiago, S. Pedro, S. João Evangelista, Santa Iria a Velha, Santa Maria de Palhais, tendo estas duas originado, em inícios do século XIII a paróquia de Santa Iria, a Nova).</span></div>
<div class="MsoNormal" style="border-width: 0px; font-size: 12px; font-weight: normal; margin: 1em 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; text-align: justify; text-indent: 35.4pt; vertical-align: baseline;">
<span style="border-width: 0px; font-family: Verdana,sans-serif; font-size: 10pt; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">No século XIII foram criadas mais quatro paróquias, uma em Alfange (S. Bartolomeu), duas na Ribeira (Santa Cruz e S. Mateus) e uma na parte alta (S. Lourenço).</span></div>
<div class="MsoNormal" style="border-width: 0px; font-size: 12px; font-weight: normal; margin: 1em 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; text-align: justify; text-indent: 35.4pt; vertical-align: baseline;">
<span style="border-width: 0px; font-family: Verdana,sans-serif; font-size: 10pt; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Estas quinze freguesias irão sobreviver até finais do século XVII, data em que o número é reduzido para treze, mantendo-se até ao reinado de D. Maria II.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="border-width: 0px; font-size: 12px; font-weight: normal; margin: 1em 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; text-align: justify; text-indent: 35.4pt; vertical-align: baseline;">
<span style="border-width: 0px; font-family: Verdana,sans-serif; font-size: 10pt; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">No recenseamento efectuado em 1527, Santarém possuía no corpo da vila, mil novecentos e oitenta e oito vizinhos. Destes, vinte eram fidalgos, vinte e oito cavaleiros, sessenta e dois escudeiros, quinhentos e trinta e quatro viúvas, sessenta e um clérigos e o resto era povo.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="border-width: 0px; font-size: 12px; font-weight: normal; margin: 1em 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; text-align: justify; text-indent: 35.4pt; vertical-align: baseline;">
<span style="border-width: 0px; font-family: Verdana,sans-serif; font-size: 10pt; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Por este censo à população, podemos afirmar que Santarém é, nesta data, a terceira povoação mais populosa do país, a seguir a Lisboa e ao Porto.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="border-width: 0px; font-size: 12px; font-weight: normal; margin: 1em 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; text-align: justify; text-indent: 35.4pt; vertical-align: baseline;">
<span style="border-width: 0px; font-family: Verdana,sans-serif; font-size: 10pt; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Em 1758, contava com dois mil, quinhentos e sete fogos a que corresponderiam entre nove a dez mil pessoas.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="border-width: 0px; font-size: 12px; font-weight: normal; margin: 1em 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; text-align: justify; text-indent: 35.4pt; vertical-align: baseline;">
<span style="border-width: 0px; font-family: Verdana,sans-serif; font-size: 10pt; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Possuía senado da Câmara, com três vereadores, um procurador do concelho, dois mesteres, um alferes<i style="border-width: 0px; font-size: 13px; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">, “que tem cadeira de espaldar de fronte do tribunal nas prociçoens a que contuma assestir quando leva o estandarte, e é chanceler que tem o sello, mas não usa delle por se utilizarem os Ministros”</i>, um escrivão da Câmara, um tesoureiro, um síndico, dois almotacés com seus escriváes, um da Repartição de Marvila e outro da Repartição da Ribeira, um agente, um pagem e um porteiro das claves, Casa dos vinte e quatro, com juiz do povo e escrivão, e um almotacé da limpeza.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="border-width: 0px; font-size: 12px; font-weight: normal; margin: 1em 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; text-align: justify; text-indent: 35.4pt; vertical-align: baseline;">
<span style="border-width: 0px; font-family: Verdana,sans-serif; font-size: 10pt; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Era cabeça de comarca. Tinha corregedor com alçada, dois escrivões do juízo, um meirinho, distribuidor, contador, inquiridor, um fiel das apelações, juiz de fora do cível e juiz de fora do crime.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="border-width: 0px; font-size: 12px; font-weight: normal; margin: 1em 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; text-align: justify; text-indent: 35.4pt; vertical-align: baseline;">
<span style="border-width: 0px; font-family: Verdana,sans-serif; font-size: 10pt; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">A situação geográfica e o clima ameno de Santarém, foi um dos motivos de atracção do rei e da corte, que fizeram desta vila sua residência preferida, escolhendo a<span class="Apple-converted-space"> </span><i style="border-width: 0px; font-size: 13px; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">“princesa das nossas vilas”</i>, como lhe chamou Almeida Garret para aqui passarem longas temporadas.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="border-width: 0px; font-size: 12px; font-weight: normal; margin: 1em 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; text-align: justify; text-indent: 35.4pt; vertical-align: baseline;">
<span style="border-width: 0px; font-family: Verdana,sans-serif; font-size: 10pt; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">As cortes do reino reuniram por diversas vezes em Santarém, durante os séculos XIII, XIV e XV.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="border-width: 0px; font-size: 12px; font-weight: normal; margin: 1em 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; text-align: justify; text-indent: 35.4pt; vertical-align: baseline;">
<span style="border-width: 0px; font-family: Verdana,sans-serif; font-size: 10pt; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Aqui tiveram lugar vários acontecimentos históricos de relevo, e que a imortalizaram no tempo. Assim, durante o reinado de D. Dinis, realizou-se em Santarém, em 1319, o acto solene da aceitação da bula do Papa João XXII, que confirmou a constituição da Ordem de Cristo e para a qual transitaram os bens patrimoniais da extinta Ordem dos Templários. Este monarca faleceu em Santarém, em 1325. Nesse mesmo ano, com trinta e cinco anos de idade, foi coroado, nesta vila D. Afonso IV, filho de D. Dinis.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="border-width: 0px; font-size: 12px; font-weight: normal; margin: 1em 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; text-align: justify; text-indent: 35.4pt; vertical-align: baseline;">
<span style="border-width: 0px; font-family: Verdana,sans-serif; font-size: 10pt; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Em 1358, foram executados nos Paços Reais de Santarém, os assassinos de D. Inês de Castro, Pêro Coelho e Álvaro Gonçalves, execução a que o rei D. Pedro assistiu.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="border-width: 0px; font-size: 12px; font-weight: normal; margin: 1em 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; text-align: justify; text-indent: 35.4pt; vertical-align: baseline;">
<span style="border-width: 0px; font-family: Verdana,sans-serif; font-size: 10pt; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Em 1373 foi assinado em Santarém o Tratado que estabelece a paz entre o rei de Castela, Henrique de Trastâmara e o português D. Fernando I. Após a morte, o corpo deste monarca foi sepultado no alto Coro do Convento de S. Francisco, ao lado de sua mãe, a infanta D. Constança.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="border-width: 0px; font-size: 12px; font-weight: normal; margin: 1em 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; text-align: justify; text-indent: 35.4pt; vertical-align: baseline;">
<span style="border-width: 0px; font-family: Verdana,sans-serif; font-size: 10pt; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Em 1384, no Convento de S. Domingos de Santarém, D. Leonor Teles renuncia à coroa de Portugal em nome de sua filha D. Beatriz e de D. João I, rei de Castela. Santarém fica sobre a tutela deste último, que funcionará como sede da sua acção no território português, entre 1384 e a Batalha de Aljubarrota.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="border-width: 0px; font-size: 12px; font-weight: normal; margin: 1em 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; text-align: justify; text-indent: 35.4pt; vertical-align: baseline;">
<span style="border-width: 0px; font-family: Verdana,sans-serif; font-size: 10pt; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Em 1405 nasceram nesta vila os infantes D. João e D. Fernando (que morreu em Fez), filhos de D. João I e de D. Filipa de Lencastre.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="border-width: 0px; font-size: 12px; font-weight: normal; margin: 1em 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; text-align: justify; text-indent: 35.4pt; vertical-align: baseline;">
<span style="border-width: 0px; font-family: Verdana,sans-serif; font-size: 10pt; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Em 1477, D. João II foi aclamado rei, em Santarém, debaixo dos alpendres do Convento de S. Francisco, quando se perderam as esperanças de encontrar o rei D. Afonso V.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="border-width: 0px; font-size: 12px; font-weight: normal; margin: 1em 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; text-align: justify; text-indent: 35.4pt; vertical-align: baseline;">
<span style="border-width: 0px; font-family: Verdana,sans-serif; font-size: 10pt; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Em 1491 morreu em Santarém o príncipe herdeiro D. Afonso, filho único do rei D. João II e recém casado com a Infanta D. Isabel, filha dos Reis católicos de Espanha, quando corria a cavalo entre Alfange e a Ribeira, caindo e ficando esmagado pelo animal.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="border-width: 0px; font-size: 12px; font-weight: normal; margin: 1em 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; text-align: justify; text-indent: 35.4pt; vertical-align: baseline;">
<span style="border-width: 0px; font-family: Verdana,sans-serif; font-size: 10pt; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Em 19 de Junho de 1580, D. António Prior do Crato foi aclamado em Santarém, no Mosteiro de S. Bento, rei de Portugal.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="border-width: 0px; font-size: 12px; font-weight: normal; margin: 1em 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; text-align: justify; text-indent: 35.4pt; vertical-align: baseline;">
<span style="border-width: 0px; font-family: Verdana,sans-serif; font-size: 10pt; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Em 5 de Dezembro de 1640, o conde de Unhão, Fernão Teles de Meneses, fez aclamar em Santarém, D. João IV, rei de Portugal.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="border-width: 0px; font-size: 12px; font-weight: normal; margin: 1em 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; text-align: justify; text-indent: 35.4pt; vertical-align: baseline;">
<span style="border-width: 0px; font-family: Verdana,sans-serif; font-size: 10pt; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">As tropas francesas de Napoleão conservaram-se neste cidade, de Novembro de 1810 a Março de 1811, fazendo de Santarém seu quartel-general. Os danos provocados, quer á população, quer ao património foram incalculáveis.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="border-width: 0px; font-size: 12px; font-weight: normal; margin: 1em 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; text-align: justify; text-indent: 35.4pt; vertical-align: baseline;">
<span style="border-width: 0px; font-family: Verdana,sans-serif; font-size: 10pt; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Durante as lutas entre liberais e absolutistas, em 1833, o rei D. Miguel escolheu Santarém para se acolher, juntamente com o seu exército, tendo feito corte e quartel-general no palácio onde estão actualmente instalados os Paços do Concelho. Só em 18 de Maio de 1834, Saldanha e as tropas liberais conseguem entrar na cidade.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="border-width: 0px; font-size: 12px; font-weight: normal; margin: 1em 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; text-align: justify; text-indent: 35.4pt; vertical-align: baseline;">
<span style="border-width: 0px; font-family: Verdana,sans-serif; font-size: 10pt; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Em 1851, por provisão do Patriarca D. Guilherme, o número de freguesias foi reduzido a quatro:</span></div>
<ul style="border-width: 0px; font-size: 12px; font-weight: normal; list-style-image: url(http://www.santaremdigital.com/templates/gk_corporate/images/style1/bullet1.png); list-style-type: none; margin: 0px 6px; outline-width: 0px; padding: 0px 6px 6px; vertical-align: baseline;">
<li style="border-width: 0px; font-size: 12px; line-height: 12px; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 5px 0px; vertical-align: baseline;"><span style="border-width: 0px; font-family: Verdana,sans-serif; font-size: 10pt; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Marvila</span></li>
</ul>
<ul style="border-width: 0px; font-size: 12px; font-weight: normal; list-style-image: url(http://www.santaremdigital.com/templates/gk_corporate/images/style1/bullet1.png); list-style-type: none; margin: 0px 6px; outline-width: 0px; padding: 0px 6px 6px; vertical-align: baseline;">
<li style="border-width: 0px; font-size: 12px; line-height: 12px; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 5px 0px; vertical-align: baseline;"><span style="border-width: 0px; font-family: Verdana,sans-serif; font-size: 10pt; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Salvador</span></li>
</ul>
<ul style="border-width: 0px; font-size: 12px; font-weight: normal; list-style-image: url(http://www.santaremdigital.com/templates/gk_corporate/images/style1/bullet1.png); list-style-type: none; margin: 0px 6px; outline-width: 0px; padding: 0px 6px 6px; vertical-align: baseline;">
<li style="border-width: 0px; font-size: 12px; line-height: 12px; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 5px 0px; vertical-align: baseline;"><span style="border-width: 0px; font-family: Verdana,sans-serif; font-size: 10pt; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">S. Nicolau</span></li>
</ul>
<ul style="border-width: 0px; font-size: 12px; font-weight: normal; list-style-image: url(http://www.santaremdigital.com/templates/gk_corporate/images/style1/bullet1.png); list-style-type: none; margin: 0px 6px; outline-width: 0px; padding: 0px 6px 6px; vertical-align: baseline;">
<li style="border-width: 0px; font-size: 12px; line-height: 12px; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 5px 0px; vertical-align: baseline;"><span style="border-width: 0px; font-family: Verdana,sans-serif; font-size: 10pt; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Santa Iria da Ribeira de Santarém</span></li>
</ul>
<div class="MsoNormal" style="border-width: 0px; font-size: 12px; font-weight: normal; margin: 1em 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; text-align: justify; text-indent: 35.4pt; vertical-align: baseline;">
<span style="border-width: 0px; font-family: Verdana,sans-serif; font-size: 10pt; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Santarém foi elevada à categoria de cidade por alvará de 24 de Dezembro de 1868, referendado pelo rei D. Luís I, e assinado pelo Marquês de Sá da Bandeira, nascido na cidade em 1795, e pelo Bispo de Viseu.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="border-width: 0px; font-size: 12px; font-weight: normal; margin: 1em 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; text-align: justify; text-indent: 35.4pt; vertical-align: baseline;">
<span style="border-width: 0px; font-family: Verdana,sans-serif; font-size: 10pt; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">No século XIX, a cidade possuía três mil, novecentos e sessenta fogos.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="border-width: 0px; font-size: 12px; font-weight: normal; margin: 1em 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; text-align: justify; text-indent: 35.4pt; vertical-align: baseline;">
<span style="border-width: 0px; font-family: Verdana,sans-serif; font-size: 10pt; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Dentro dos limites geográficos do concelho existem actualmente, para além das quatro freguesias urbanas, outras vinte e quatro freguesias rurais, distribuindo-se por uma área total de 565,819 quilómetros quadrados.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="border-width: 0px; margin: 1em 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<div style="font-size: 12px; font-weight: normal;">
<span style="border-width: 0px; font-family: Verdana,sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 14px; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">FONTE: Livro "A Heráldica do Município de Santarém" e Sitio "Santarém Digital" </span></div>
<div style="font-size: 12px; font-weight: normal;">
<span style="border-width: 0px; font-family: Verdana,sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 14px; margin: 0px; outline-width: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><br /></span></div>
<div>
<br /></div>
<br />
<div style="font-size: 12px; font-weight: normal;">
<br /></div>
<div style="font-size: 12px; font-weight: normal;">
<br /></div>
<div style="font-size: 12px; font-weight: normal;">
</div>
</div>
</td></tr>
</tbody></table>
Fernando Pina Phttp://www.blogger.com/profile/08209892824119444361noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8087499711606939980.post-44380569987109114992011-03-07T08:22:00.000-08:002014-03-06T22:29:33.462-08:00UMA OUTRA FORMA DE VER E DE MOSTRAR SANTARÉM <iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="270" src="//www.youtube.com/embed/UqfgTCRtOXA" width="480"></iframe>Fernando Pina Phttp://www.blogger.com/profile/08209892824119444361noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8087499711606939980.post-88187217419145560412011-03-07T08:21:00.000-08:002014-03-06T20:37:21.752-08:00RIBEIRA DE SANTARÉM - Gravura dos inicios do século XIX<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://lh5.googleusercontent.com/-3Tp0Di_yXP8/TXTtiHYgYcI/AAAAAAAAABY/9-3MZ4Az19A/s1600/Ribeira+de+Santar%25C3%25A9m++Inicios+s%25C3%25A9c.+XIX.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="484" src="https://lh5.googleusercontent.com/-3Tp0Di_yXP8/TXTtiHYgYcI/AAAAAAAAABY/9-3MZ4Az19A/s640/Ribeira+de+Santar%25C3%25A9m++Inicios+s%25C3%25A9c.+XIX.jpg" width="640" /> </a></div>
A cidade de Santarém (a antiga Scálabis romana) domina a imensa campina ribatejana, o antigo território de Belatha ou Balata*, desde sempre referida e louvada pelos cronistas. O sistema de cultivo destes terrenos, ciclicamente inundados pelo rio, foi comparado por al-Himyari**, ao que se praticava no Nilo.<br />
A zona áulica da cidade está implatada sobre uma plataforma natural, situada cem metros acima do rio Tejo, que corre a seus pés. A cidade em si é ainda mal conhecida no que se refere ao período islâmico. Al-Idrisi***, para além de referir as vantagens defensivas do seu posicionamento, afirmava que a cidade não tinha muralhas, referindo-se naturalmente à Ribeira que seria nessa altura o casco urbano mais importante.<br />
Importância que se manteve até à chegada do Caminho-de-Ferro, que corta ao meio a Ribeira de Santarém.<br />
Alexandre Herculano, que visitava com frequência a Ribeira onde tinha um amigo comerciante que tomava conta da sua quinta em Vale-de-Lobos, sempre que o escritor se deslocava a Lisboa por vários dias, dizia:<br />
-"Ribeira é vida, movimento, agitação; Santarém é estagnação".<br />
<br />
*Belatha ou Balata - Nome atribuído aos terrenos que iam de Santarém até Lisboa (Lezíria Ribatejana) que eram ciclicamente inundados pelo rio Tejo e devido a isso, muito férteis. Abrangidos pelos Castelos de Santarém, Lisboa e Sintra.<br />
<br />
**al-Himyari - Geógrafo e Historiador árabe que viveu no séc.XV<br />
<br />
***<a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Muhammad_Al-Idrisi">Al-Idrisi</a> <br />
<br />
Fontes: 'O Legado Islâmico em Portugal', de Cláudio Torres e Santiago Macias - Círculo de Leitores<br />
'Herculano em Vale de Lobos', de Cândido Beirante - Junta Distrital de Santarém<br />
'Wikipédia' e 'Google'Fernando Pina Phttp://www.blogger.com/profile/08209892824119444361noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8087499711606939980.post-65194868712314948072011-03-06T00:00:00.000-08:002014-03-06T22:11:26.452-08:00SANTARÉM - Ribatejo - Portugal <iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="344" src="//www.youtube.com/embed/N6DL3_s8HF8" width="459"></iframe>Fernando Pina Phttp://www.blogger.com/profile/08209892824119444361noreply@blogger.com0